
GRAÇA & JUSTIÇA - CORRESPONDÊNCIAS ENTRE OS PARADIGMAS DO CALVINISMO SOCIOPOLÍTICO E DO TRABALHISMO HISTÓRICO
Uma análise crítica das cosmovisões em disputa e seus impactos na democracia, na economia e na ética pública no Brasil contemporâneo.
Neste artigo, trataremos dos eixos temáticos sobre os fundamentos teológicos, filosóficos e sociológicos dos modelos teóricos do “Calvinismo” e do “Trabalhismo”. Por um lado, revisitaremos a “Ética Protestante Calvinista” e as noções de Reino de Deus, Soberania, Predestinação, Graça, Mérito e Prosperidade.
Por outro lado, verificaremos a “Herança Cristã-humanista do Trabalhismo”, consubstanciada nos conceitos de Democracia, Soberania, Justiça Social, Trabalho e Educação. Para tanto, analisaremos as ideias de “vocação divina individual” presente no Calvinismo e de “missão coletiva de emancipação”, própria do Trabalhismo.[1]


Veremos, ainda, como os conceitos de Economia e Trabalho apresentam visões que vão além de uma disputa ideológica, apresentando o produtivismo e a racionalidade capitalista no modelo calvinista e o trabalho como direito e meio de humanização no modelo trabalhista.[2]
Além disso, questionaremos a interpretação equivocada do papel do Estado como mínimo e moralizador numa certa cosmovisão calvinista, defendendo que o Calvinismo está muito mais alinhado à proposta de Estado como promotor de direitos e inclusão, como na visão do Trabalhismo.
Para tanto, faz-se necessário entender como o conceito de “Ética Pública e Política”, presente na moralidade protestante como reguladora do comportamento político, guarda similaridade com a ideia de “Justiça Social e Ética da Responsabilidade” no pensamento trabalhista.
Em seguida, levantamos as seguintes questões hipotéticas sobre a influência da religiosidade na política brasileira:
Seria uma teocracia velada ou laicidade engajada?
As igrejas reformadas históricas sucumbiram diante do avanço do ethos religioso pentecostal e neopentecostal, no campo evangélico brasileiro?
Como a Teologia Política se apresenta diante dos discursos neoliberais sobre Ética, Trabalho, Comunidade e Justiça Social?
Quais os fundamentos para uma compreensão teológica no campo progressista?
Qual o papel das igrejas brasileiras como agências sociais e políticas?
Quais os conflitos atuais entre os grupos progressistas e conservadores?
Como os dois paradigmas moldam a sociedade brasileira atual?
Há possibilidades para uma síntese entre espiritualidade, justiça social e desenvolvimento sustentável?
Quais as propostas para um novo pacto civilizatório à luz dos desafios contemporâneos?
Vejamos que a formação da sociedade brasileira contemporânea é atravessada por tensões que não podem ser compreendidas apenas sob a ótica da ciência, da economia ou da política, como sói acontecer nas reflexões atuais.
As disputas paradigmáticas que moldam nossas estruturas sociais são, em larga medida, herdeiras de visões religiosas sobre o mundo, o ser humano e o papel do Estado, cujas estruturas sociais, como a família, a igreja, a escola, a empresa, o sistema político e a economia, são frequentemente influenciadas e moldadas por valores religiosos construídos por vieses teológicos.
A religião impacta a visão de mundo, a compreensão do ser humano e a maneira como o Estado é concebido e funciona. Para Peter Berger, por exemplo, a sociedade é um fenômeno eminentemente dialético, que traduz simultaneamente a dimensão de realidade produzida pelo sujeito, mas que reage continuamente sobre ele.[3]
Ou seja, a descrição da realidade social, também conhecida como “construção social da realidade” é, em parte, criada e moldada pelos indivíduos através das suas interações e relações sociais, mas, por outro lado, ela também influencia o comportamento dos indivíduos, criando um ciclo de interação e feedback contínuo.
Com esse quadro categórico em tela, a nossa reflexão de hoje propõe uma análise crítica sobre a influência de dois modelos emblemáticos:
O modelo calvinista de sociedade – que fundamenta parte significativa da ética do capitalismo moderno – e,
O modelo trabalhista histórico brasileiro – que propõe uma visão de justiça social centrada no papel do Estado, da Educação e do Trabalho como instrumentos de emancipação humana.
A consubstanciação entre “Graça” (como ideia teológica que legitima a predestinação e o sucesso como sinais de eleição divina) e “Justiça Social” (como princípio ético-político de equidade e reparação das desigualdades históricas) é central para entendermos as estruturas que modelam os campos conservadores e progressistas da política nacional.
A partir dessa chave hermenêutica, examinaremos brevemente, como forma introdutória à temática, os fundamentos teológicos e sociopolíticos desses paradigmas, sua atuação histórica e suas implicações para o futuro democrático do Brasil.
A TEOLOGIA QUE VIRA POLÍTICA: CALVINISMO E O ESPÍRITO DO CAPITALISMO
Max Weber, em sua obra clássica “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo” (1905), referência fundamental nos estudos sobre religião e sociedade, argumenta que a racionalidade econômica moderna foi profundamente moldada pela teologia calvinista.[4]
Seria anódino afirmar que o intuito do sociólogo alemão consiste em ponderar a influência da Reforma Protestante, especialmente das doutrinas protestantes de cunho ascético, na formação do capitalismo moderno.
Para Weber, a noção de “predestinação”, em João Calvino, segundo a qual Deus já teria definido quem seria salvo e quem seria condenado, gerou uma ética do trabalho árduo, da disciplina e da acumulação de bens como sinais visíveis da eleição divina.[5]
A prosperidade material passou a ser interpretada como uma prova da bênção de Deus, causando profundos e significativos impactos na sociedade e na economia, sobretudo pela dificuldade em se identificar quem eram os “eleitos”, pois a salvação não dependia das ações humanas, mas da graça divina.
Na tentativa de gerenciar o conflito entre dois paradigmas, a saber, os “eleitos para a salvação” e os “eleitos para a danação”, a noção de “prosperidade material” passou a ser mediação e sinal de que a pessoa pertencia ao grupo dos “eleitos para a salvação” e, portanto, possuidora das benção de Deus.
Esse paradigma foi transplantado para a esfera pública: a meritocracia, a austeridade fiscal, a visão do pobre como culpado por sua condição de pobreza e a moralização da sociedade e da política derivam, em grande parte, desse imaginário religioso.
Observe-se que o “puritanismo inglês” (movimento de reforma religiosa que surgiu na Inglaterra no século XVI e XVII), o “pensamento republicano norte-americano” e o “American Way of Life”, conceitos interligados que influenciaram a cultura e a identidade dos Estados Unidos (e seu modelo de “neocolonialismo”), são exemplos das derivações do ethos religioso calvinista no mundo ocidental.[6]
No Brasil, desde seu auge nos anos de 1980 do século XX, esse ethos religioso foi marcado por explícito interesse de setores religiosos, políticos e empresariais em impor à sociedade uma moral religiosa, encontrando solo fértil no meio evangélico, nas lideranças pentecostais ascendentes e nos discursos que reduzem políticas públicas a “esmolas” ou “dependência estatal” (“pobrismo”).[7]
A influência calvinista no Brasil, manifestada tanto em termos religiosos quanto em aspectos culturais, sociais, educacionais e, até mesmo, econômicos, não se deu apenas via missões protestantes históricas, mas foi absorvida e resignificada nos discursos da “Teologia da Prosperidade” e nos “modelos neoliberais de governança”.
Como aponta Boaventura de Sousa Santos (2000), a racionalidade tecnocrática e a lógica de mercado foram sacralizadas como se fossem inevitáveis, mascarando escolhas políticas sob a roupagem da eficiência e da moralidade pessoal.[8]
Vejamos que as eleições de 2018 mostraram um protagonismo eleitoral inédito por parte dos mais importantes grupos evangélicos, notadamente das maiores igrejas pentecostais e neopentecostais, com pouquíssima ou nenhuma concorrência das denominações do protestantismo reformado histórico.
O resultado eleitoral de 2018 representou um ponto de clivagem dos anseios de parte da população evangélica, de diferentes matizes denominacionais, pelo controle do poder político, levando-se em consideração o histórico de sua incursão na política desde o fim da ditadura militar nos anos de 1980.
TRABALHISMO HISTÓRICO: EDUCAÇÃO, ESTADO E JUSTIÇA COMO GRAÇA ENCARNADA
Em contraste com a derivação difusa do Calvinismo brasileiro, o Trabalhismo histórico nacional, representado por pensadores e lideranças como Getúlio Vargas, Leonel Brizola e Darcy Ribeiro, construiu um paradigma político-teológico em que a dignidade humana estaria ancorada na justiça social, no direito ao trabalho, à moradia e à educação pública de qualidade, expressões horizontais da justiça divina.
Para além de uma “ética intramundana”, referindo-se a uma abordagem ética que se concentra no comportamento e nas relações no mundo material, ou seja, no mundo da vida, em vez de se concentrar num mundo sobrenatural, o Trabalhismo afirma a possibilidade universal de desenvolvimento humano, promovido por políticas públicas que trazem vida em abundância, ampliando as liberdades reais.
A concepção trabalhista de Estado como agente de inclusão e de equidade se opõe ao modelo de Estado mínimo calvinista defendido pelos “Ultra-calvinistas”, expressão usada para descrever uma forma mais estrita e rigorosa de interpretação do Calvinismo, cuja ênfase recai na predestinação absoluta e no pecado coletivo.
Também conhecida como “hipercalvinismo”, esta vertente da teologia calvinista enfatiza a exclusividade da Soberania de Deus em detrimento da responsabilidade humana, o que leva ao extremo a doutrina da predestinação.
Alguns teóricos consideram que o “hipercalvinismo” promove uma visão extremada da soberania de Deus, onde o ser humano, predestinado para a “danação”, não teria condições de não escolher praticar o mal, posto que a salvação, e a prática do bem, seria apenas para os eleitos.
Os hipercalvinistas, ao afirmarem que a soberania de Deus elimina a responsabilidade humana ou que os eleitos estão de tal forma seguros que não erram em matéria de fé ou prática, incorrem em grave equívoco teológico, bíblico e confessional.
A teologia reformada clássica sempre sustentou a soberania divina sem negar a agência e responsabilidade humanas. Hipercalvinistas, ao minimizarem a ação humana ou sua queda, transformam a doutrina da eleição em um determinismo fatalista, anulando o livre exercício da obediência.
Exemplos bíblicos revelam que os eleitos de Deus frequentemente cometeram erros políticos e morais graves:
Moisés (Números 20:10-12) erra ao desobedecer à ordem de Deus quanto à rocha, sendo impedido de entrar na Terra Prometida.
Davi, rei eleito de Deus, comete adultério e homicídio (2 Samuel 11), e também erra ao realizar um censo orgulhoso de Israel (2 Samuel 24), trazendo juízo sobre o povo.
Salomão, também eleito, desvia-se para a idolatria por razões políticas (1 Reis 11).
No Novo Testamento, Pedro, apóstolo escolhido por Cristo, nega o Senhor (Lucas 22:54-62) e mais tarde se comporta com hipocrisia em Antioquia, sendo repreendido por Paulo (Gálatas 2:11-14).
Esses relatos demonstram que a eleição divina, conforme a teologia calvinista clássica, não exclui a possibilidade de queda, erro político ou moral, trazendo, antes, a certeza de redenção e perseverança final, sustentada pela graça.
Por seu turno, a Confissão de Fé de Westminster (CFW) é clara quanto à possibilidade de erros e pecados, inclusive dos eleitos, mesmo após sua regeneração:
Capítulo 17.3 (Da Perseverança dos Santos): "E, embora possam, por meio da tentação de Satanás e do mundo, pela prevalência da corrupção que neles permanece, e pela negligência dos meios de sua preservação, cair em pecados graves, e, por algum tempo, continuar neles [...] contudo, eles serão renovados para o arrependimento."
Capítulo 5.4 (Da Providência): "O poder todo-sábio e onipotente de Deus, que, de maneira diversa e santíssima, ordena tudo, permite, por vezes, que até os seus filhos mais santos sejam tentados e caíam em diversos pecados [...] para humilhá-los e tornar clara a necessidade constante que têm de vigilância e dependência da graça."
Essas declarações contrariam diretamente a leitura e defesa que os hipercalvinistas fazem de que os eleitos, por serem escolhidos de Deus, não erram de forma grave ou pública, colocando nesse lugar apenas os que eles denominam de “eleitos para a danação”.
O hipercalvinismo erra ao distorcer a doutrina da eleição, tornando-a um escudo contra a autocrítica e a correção. A Bíblia e a Confissão de Westminster deixam claro que os eleitos erram, inclusive politicamente, e devem ser corrigidos, exortados e restaurados pela Palavra e pelo Espírito.
Os críticos do “hipercalvinismo” argumentam que a doutrina calvinista da eleição garante a salvação final, não a infalibilidade terrena, enfatizando que a soberania de Deus, ensinada de forma extremada, pode levar a uma visão fatalista da fé, além de diminuir a motivação para a ação social, muito bem refletida nos escritos e ensinos de João Calvino.
Em contraponto ao “hipercalvinismo”, a “doutrina trabalhista”, apresenta a política, a religião, a economia, a vida em sociedade, enfim, não como um fim em si, mas como um instrumento subordinado aos direitos inalienáveis da pessoa humana. Como ensinava Brizola: “O capital deve servir ao povo, não o povo ao capital”.
Há também um substrato espiritual, embora frequentemente não nomeado, que permeia esse modelo: a crença na Justiça, na Paz e na Integridade da boa e perfeita criação de Deus, tendo o ser humano como imagem e semelhança, substanciado na fraternidade social e na justiça como valores coletivos.
Nesse sentido, a proposta de Darcy Ribeiro de uma escola pública integral, que eduque para a liberdade e para a cidadania plena, representa a concretização de um ideal ético-religioso humanista, não no sentido confessional, mas como fé na humanidade.
A “Teologia Política Trabalhista”, em nossa concepção, é o ramo da Teologia que investiga os meios nos quais os discursos sobre Deus ou os pensamentos doutrinários religiosos se fazem presentes nos discursos políticos e nas narrativas sociais, influenciando a política, a sociedade, a economia e a cultura.
Por um lado, a “Teologia Política Trabalhista”, ainda que laica, dialoga com as tradições cristãs progressistas, como a Teologia da Libertação e o Evangelho Social Protestante, que compreendem o Reino de Deus como a construção, aqui e agora, de uma sociedade justa, solidária e plural.
Por outro lado, a “Teologia Política Trabalhista” também dialoga com o campo político conservador, frequentemente criticado por ser exclusivista, por não reconhecer a diversidade de opiniões e por promover uma visão de mundo que pode ser vista como opressora ou discriminatória.
Tenhamos presente que a influência religiosa no conservadorismo político brasileiro tem se manifestado de diversas formas, desde a pressão por leis que refletem os interesses de seus grupos político-empresariais, até a influência em debates sobre questões morais e identitárias, buscando alinhar a legislação exclusivamente com seus valores.
A DISPUTA ATUAL E OS CAMINHOS PARA UMA RECONCILIAÇÃO ÉTICA
Vivemos hoje no Brasil um embate entre essas duas concepções: de um lado, o discurso da prosperidade individual, da punição moral e da política como guerra santa contra “inimigos internos”; de outro, uma política da justiça, do bem comum e da solidariedade intergeracional.
A ascensão de forças conservadoras ancorada em base religiosa, muitas delas enraizadas em valores “hipercalvinistas”, impõe ao campo progressista um duplo desafio, estratégico e ético: como dialogar com os setores religiosos sem abrir mão de seus princípios?
A resposta poderia passar pelo reconhecimento da religião como um elemento estruturante do imaginário popular brasileiro. Ignorar essa dimensão é entregar às forças conservadoras o monopólio da narrativa e da linguagem sócio-religiosa.
As raízes históricas do movimento trabalhista remetem ao sindicalismo dos operários fabris, no começo do século XX, e ao Movimento Tenentista dos anos 1920, movimento formado por oficiais militares de baixa patente que reivindicava o voto secreto, o sufrágio feminino e a reforma educacional.
Esses movimentos sociais trazem, em sua origem, uma espiritualidade encarnada, que não se limita a conceitos abstratos, mas sim a um viver na realidade do mundo, centrado na justiça, na dignidade do trabalhador, com suas dificuldades, alegrias, desafios e na esperança de um país mais justo.
Estratégias para o campo progressista:
Resgatar o diálogo com as comunidades de fé progressistas, valorizando suas tradições de luta por justiça e dignidade humana.
Formar quadros políticos e educadores com sensibilidade religiosa e conhecimento das linguagens espirituais das classes populares.
Promover contato e troca de conhecimento com pastores, padres e lideranças religiosas de matriz africana, que atuam nas comunidades das periferias, nas comunidades indígenas e nos movimentos sociais.
Apresentar as bandeiras do Trabalhismo (Trabalho, Educação Pública Integral, Justiça Social, Soberania Nacional, Democracia Popular) como expressões éticas e espirituais, e não apenas técnicas.
Criar espaços de escuta inter-religiosa e diálogo social, como fóruns comunitários, rodas de Gestão de Conflitos e assembleias populares com participação das instituições religiosas locais, visando uma Cultura de Paz.
Como afirmou Paulo Freire, “a educação é um ato de amor e, por isso, um ato de coragem.” O mesmo se pode dizer da política comprometida com a justiça: ela é expressão de uma espiritualidade que acredita na transformação do mundo.[9]
JUSTIÇA COMO ATO DE FÉ E POLÍTICA
O Brasil está diante de uma encruzilhada civilizatória: ou continuamos a aceitar um modelo de “Teologia da Predestinação” aplicado à Economia – onde poucos são eleitos e muitos são culpabilizados – ou resgatamos a tradição da justiça como graça coletiva, que é a alma do Trabalhismo histórico e da verdadeira espiritualidade libertadora.
O campo progressista não pode mais negligenciar o papel da religião na formação das consciências populares, influenciando valores, crenças e comportamentos. A fé, para milhões de brasileiros, é o solo onde germinam os valores, os afetos e as decisões políticas vitais.
Cabe-nos, portanto, disputar os espaços da consciência popular como um solo sagrado, com respeito, com ética e com coragem, apresentando uma política que seja também um testemunho de esperança e paz, promovendo um senso de pertencimento e identidade, fortalecendo laços sociais e incentivando a participação em práticas sociais, eligiosas e políticas.
Afinal, como dizia Dom Hélder Câmara: “Quando dou comida aos pobres, me chamam de santo. Quando pergunto por que eles são pobres, me chamam de comunista”, frase que resume a sua luta incansável contra as desigualdades sociais e a repulsa que encontrava por parte de muitos por defender os oprimidos e questionar as causas da pobreza.[10]
Essa frase histórica, pronunciada durante a ditadura militar no Brasil, reflete a sua crítica à sociedade e a sua postura como um ativista que não se contentava com ações de caridade, mas buscava a transformação social.
Talvez seja hora de sermos separados para o fazer político, sem medo, conforme o exemplo de Cristo, cuja atuação desafiava a ordem estabelecida e inspirava mudanças políticas, sociais e religiosas a partir dos valores do Reino de Deus, com sua ênfase em justiça, amor e igualdade.
Ricardo Justo - Teólogo, Educador e Gestor
Crédito da imagem: Gerada por IA - Inteligência Aritificial.
[1] PASQUALINI, Alberto. Diretrizes fundamentais do trabalhismo brasileiro. Porto Alegre: Of. Graf. Tip. Thurmann, 1950.
[2] Capitalismo solidário e justiça social no trabalhismo de Alberto Pasqualini | Revista Brasileira de História & Ciências Sociais. Acesso em 20/05/2025.
[3] Peter Berger e a religião - Instituto Humanitas Unisinos. Acesso em 20/05/2025.
[4] WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Martin Claret, 2005.
[5] CALVINO, João. As Institutas da Religião Cristã: edição clássica. Tradução de Waldyr Carvalho Luz. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2006.
[6] Vista do O direito de resistência e o tiranicídio no calvinismo. Acesso em 20/05/2025.
[7] MANGABEIRA UNGER, Roberto. A Religião do Futuro. 1ª ed. São Paulo: Leya, 2024.
[8] SANTOS, Boaventura de Sousa. A Crítica da Razão Indolente: Contra o Desperdício da Experiência. São Paulo: Cortez, 2000.
[9] FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 23ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999.
[10] Dom Hélder Câmara – Memorias da Ditadura. Acesso em 20/05/2025.
GRAÇA & JUSTIÇA - CORRESPONDÊNCIAS ENTRE OS PARADIGMAS DO CALVINISMO SOCIOPOLÍTICO E DO TRABALHISMO HISTÓRICO
Uma análise crítica das cosmovisões em disputa e seus impactos na democracia, na economia e na ética pública no Brasil contemporâneo.
O Trabalhismo é o Calvinismo na forma Política; e o Calvinismo é o Trabalhismo na forma Teológica.
Ricardo Justo
GRAÇA E JUSTIÇA CORRESPONDÊNCIAS ENTRE OS PARADIGMAS DO CALVINISMO SOCIOPOLÍTICO E DO TRABALHISMO HISTÓRICO
Neste artigo, trataremos dos eixos temáticos sobre os fundamentos teológicos, filosóficos e sociológicos dos modelos teóricos do “Calvinismo” e do “Trabalhismo”. Por um lado, revisitaremos a “Ética Protestante Calvinista” e as noções de Reino de Deus, Soberania, Predestinação, Graça, Mérito e Prosperidade.
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